domingo, 28 de abril de 2013

Mãe em dose dupla

Ser mãe em dose dupla
é uma tarefa que requer muita atenção.
Apesar de ser apenas uma,
não posso me dividir para os dois,
ao contrário,
tenho que me dedicar integralmente aos dois.

Desde sempre me comprometi a ser uma mãe igualitária com meus filhos.
Acho "o fim" ver uma mãe se oferecer tratamento diferenciado a um em detrimento do outro.

Quando me vi grávida do segundo filho isso não me saía da cabeça.
E foi daí que começou a minha nóia.
Quando Samuel nasceu, eu operada de uma cesariana,
não podia pegar Mell no colo e confesso que durantes os cinco primeiros dias
chorei de tristeza por não poder segurá-la.
E desde então vivo assim: uma hora achando que dou atenção maior a um,
outra hora achando que dou atenção maior ao outro.

De quando Guga foi diagnosticado dentro Espectro Autista
imaginem como anda minha cabeça...
É lógico que preciso dispor de um tempo maior com Samuel,
preciso levá-lo às terapias, preciso segurar sua mão na rua,
e tudo mais.

O problema é que, por Samuel ser o irmão mais novo,
tenho medo de que ela desenvolva
algum tipo de trauma quanto a isso #experiênciaprópria
Aí já viu, né não tenho sossego quanto a isso.

Como se sabem, crianças autista possuem dificuldade de entender regras sociais,
quando ele quer alguma coisa precisa ser imediato e é aí que eu morro!
Por exemplo: Mell toda empolgada brincando com o tábilis (modo como chama o tablet)
e ele começa chorar e espernear querendo.
Eu viro pra ela e falo: Empresta pra Guga, mamãe!
Aí meu Deus, não quero ter que fazer isso.
Me ajude, me oriente, me ilumine meu pai.

Guga chupa chupeta, então não consigo impor a retirada da chupeta dela.
Outro lance que já está a me encabular é a questão do quarto.
Na outra casa só tínhamos um quarto, então era todo mundo junto e sem questionamento.
Agora temos 3 quartos, o NOSSO, o de Mell e o de Samuel.
Mell vai fazer quatro anos e já queria colocá-la definitivamente no quarto dela, e sei que ela fica
mas como Samue tem que ficar com a gente porque acorda a noite
não aceito a ideia de deixar um filho sozinho em um quarto e ficar com o outro no meu.
Isso é coisa de mãe? Será que só eu sou assim ou não estou tento pulso?

Como tenho que fazer alguma coisa vou falando pra ela:
Quando Mell fizer quatro anos e o aniversário das Princesas
Mell não vai mais chupar chupeta e vai dormir no quarto rosa.
Ela está amadurecendo a idéia, mas acredito que o desapego precisa ser mesmo meu.
Oh meu Pai, me ajude.

Quando Mell aprender a ler, quero que me entenda lendo esse registro:
Filha, mamãe te ama e não tem acepção entre você e Guguinha.
É porque ele, com suas necessidades especiais
precisa de cuidados especiais, mas mamãe ama os dois, tá.

Meus grandes tesouros



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