terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Do luto à luta

Chegamos em Ibotirama e eu era uma pessoa em estado de choque.
Com os amigos, tudo bem. Mas não podia ouvir um louvor que chorava.
Procurei logo os profissionais e resolvi, por conta própria por Samuel na escola.
A dieta precisou ser interrompida porque lá ele, volta e meia, pegava o lanche dos coleguinhas, e a nutróloga foi categórica em dizer: ou faz totalmente restritiva a gluten e lactose ou naõ faz.

Resolvemos procurar outra profissional para ouvir uma segunda opinião, agora em Brasília.
Lá nos consultamos com Dra. Regiane Benitez e ouvimos quase que a mesma coisa, mas ela já falava em Transtorno Invasivo de Desenvolvimento.
Ela ainda elaborou um relatório médico que enviou posteriormente para meu email, o qual encaminhamos para a TO, ao Fono, a Musicoterapeuta e a Diretora da escola de Samuel.
Solicitamos que fizesse isso porque aqui muitos discordavam do diagnostico de Espectro Autista, isso porque, como eu, a maioria é presa a uma visão apenas do autista típico.
Ela aconselhou que a escola faria muito bem e que seria bom continuar ali.

Aqui em minha cidade encontramos todos os profissionais, mas existe apenas um de cada.
Infelizmente eles não possuem agenda ou consultorio proprio, e fazemos apenas um atendimento semanal e pelo SUS, que não deixa de ser muito bom. Mas acredito que nesse ano as coisas irão mudar.

Esses primeiros dias foram de luto total. Eu  chorava como se tivesse perdido meu filho.
Nem programação televisa com bebês eu conseguia assistir, porque só me vinha a cabeça que tinha tido um filho, um bebê lindo e que agora ele tinha ido embora...

Ah, como esses dias foram difíceis.Foram realmente dias de luto.
Mas posso dizer que essa fase passou.
O que mais me deixou em nóia foi querer descobrir O PORQUE
Mas porque? Porque logo com meu filho?
O que levou a esse quadro?

Confesso que nos primeiros dias me culpava demais.
Sou pós graduada em psicopedagogia, mas não atuo na área.
E a única coisa que ouvi sobre autismo no curso não saia da minha cabeça,
uma professora me disse: "A mãe faz o filho autista!"
Nossa, foi o fim. Tinha dias que eu tinha vontade até de pedir desculpas ao meu esposo
porque me culpava pela situação.

Graças a Deus que no dia em que parecia que eu ia morrer de desgosto,
enviei um email a neuro de Salvador e ela me ligou preocupada e me acalmou.
Depois fui a psicologa da escola dos meninos que também me disse que
o comentário daquela professora foi infeliz.

Nesse período, minhas andanças por blogs de mães com filhos autistas se intensificou ainda mais.
Comecei a trocar email com algumas mães e a Juliana Vaz me falou sobre o Son-Rise.
Pesquisei sobre ele em www.inspiradospeloautismo.com.br
Nesse dia a esperança renasceu fortemente em meu coração.
Fui ao Fórum onde trabalho, e confiante na recuperação de meu filho, solicitei minhas férias vencidas mas que não estavam programadas. Consegui mais um mês de férias e partimos pra um intensivão com Samuel.

Assistimos ao filme "Meu filho, meu mundo" que conta a história dos criadores do método Son-Rise.
Comprei o livro da Anita Brito "Meu filho era autista" www.meufilhoeraautista.blogspot.come pronto, o período do luto chegava ao fim.
A Andrea Werner do blog www.lagartavirapupa.com.br  me apresentou o método ABA.

Eu, que inicialmente só conhecia o lado negativo do autismo, agora me deparava com relatos surpreendentes de reversão.
A esperança renascia em meu coração e a certeza de que Deus estava perto, pois sua paz já começava a invadir meu interior.

Acabei de olhar os envelopes onde guardo o material das viagens a Salvador e Brasilia.
Nossa, olhando eles parece que esse pesadelo foi a muito tempo.
Olho cada artigo que imprimi e parece que hoje já sou especialista no assunto.
Hoje sei que 1 em cada 100 crianças estão enquadradas em um Aspectro Austista,
sei que eles podem evoluir dentro desse quadro,
sei, através de inúmeros blogs que li, e que até hoje acompanho,
que eles tem grandes histórias de superação e isso me fortalece a cada dia.

No último fim de ano, meu esposo se emocionou ao compartilhar com os amigos as dificuldades do nosso Samuel e eu disse com convicção: "Eu tenho certeza que Samuel vai conversar, vai interagir."

E tenho certeza mesmo.
O fato de viver em uma cidade com tão poucos recursos só servirá pra mostrar que o milagre será maior ainda. E realmente será.
Vou presenciar. Vou testemunhar. Eu acredito!
Com Tia Fabrícia na Musicoterapia

Enceramos o ano de 2012 com Samuel na escola, fazendo musicoterapia  e fonoaudilogia.
A terapia ocupacional ficou para iniciarmos agora na próxima sexta dia 01/02/2013.

E agora estamos aqui. Ainda não estou pronta pra enfrentar todo o preconceito. Inicialmente, somente as pessoas mais próxima sabiam da nossa situação. Mas hoje muitos já sabem. Eu só falo com quem acho importante. Enquanto isso vou dizendo que está tudo bem, porque realmente estpa.
Meu filho tem saúde, é inteligente, carinhoso. Tudo a sua maneira e ao seu tempo.

Adora subir na mamãe
 Nosso Samuel está aqui nos dando muitas alegrias, muitos beijos e evoluindo a cada dia.
Adora um pula pula. Ama tecnologia. Hoje descobri que ele já sabe repetir seu desenho preferido utilizando um botão do receptor da SKY.


Pronto, resumidamente consegui por em dias os ultimos acontecimentos.
A partir de agora é registrar dia a dia tudo o que acontece, lembrando que tenho dois grandes tesouros
e irei falar dos dois.


Mell aprendeu uma oração e é com ela que encerro este post:
"Senhor Jesus, ajuda Guga sarar,
ajuda Guga conversar
em nome de Jesus, amém!"

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Neuropediatra Dra. Regiane Benitez Leal
CRM-DF 15973
Unineuro (61) 3562-3568

Musicoterapeuta Fabrícia Santana
ASBAMT 150-D
CAPS - Ibotirama-BA

Fonoaudiólogo Renan Andrade
CREFONO 4: BA 10623
PSF Bairros Ibotiraminha e Alto do Fundão

Terapeuta Ocupacional Vilma T. de Carvalho
CREFITO 8306-TO
CAPS - Ibotirama-BA



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