sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Entre amores e desamores

 Samuel sempre encontra uma maneira de se divertir  e fico muito feliz quando isso acontece. 
Começou a se interessar por molhar as plantas 
e percebendo que só ficava ali pelo canteiro central  
em poucas vezes que o direcionamos aos outros canteiros, 
duas ou três, cinco, dez vezes talvez 
(o que é um número bom, acredite!)  
hoje ele já molha quase que todas as plantas da casa. 

O problema mesmo é querer ficar de cueca. 
Ele não pode ouvir um barulhinho de água 
que a primeira providência é querer ficar nuelo. 
Mas ele já tem melhorado e já já ele vai consegui realizar a tarefa vestido de forma conveniente, 
conveniente para os outros, porque pra ele assim tá é bom demais!

Irmãozinhos
Ele tem passado a interagir cada dia um pouco mais com a irmã. Já se olham mais, já procura pela ajuda dela, já tem as típicas briguinhas de irmão com ela, e em muito isso é puro mérito dela que está sempre por perto. As mordidas sumiram e agora fico muito mais tranquila quando preciso deixar ele em um brinquedo coletivo como a cama elástica ou outro brinquedo do tipo desses de parquinho.


Essa semana ele precisou se submeter a uma coleta de sangue
que seria feita em domicílio, e na última vez que precisou fazer foi um caos.
Ele é muito forte e foi preciso muita gente pra conseguir dominá-lo.
Dessa vez, quase um ano depois, minutos antes do pessoal do laboratório chegar começamos a dizer a ele que viria um pessoal tirar o sangue, que iria doer um pouquinho mas que seria rápido.
Nem dá pra imaginar minha satisfação com a reação dele.
Chorou, é claro, como qualquer criança, mas estava uns 200% mais tranquilo do que da última vez e em momentos em que eu lhe pedia calma, ele me olhava nos olhos e se acalmava mesmo.

Logo após o convite de retirada do culto
Esse menino aí só me orgulha. Quem não tá com nada é esse povo preconceituoso e/ou ignorante. Vivi a poucos dias um dos meus piores dias na vida. Praticamente fomos mandados embora de um culto infantil na igreja onde nasci, cresci, casei, engravidei e apresentei meus filhos. Quase morro!  Jurei nunca mais pisar la mas acabei voltando, e agora prometi pra mim mesmo que ainda vou dar uma lição sobre autismo pra essa pessoa. Onde já se viu?
É porque a maioria dos ditos evangélicos pensam que tudo se resolve na cara feia.
Mas saibam vocês que preconceito contra uma pessoa com deficiência é CRIME
e na próxima,  se precisar, pra defender meus filhos 
vou pra Delegacia, pro Ministério Público e vou mesmo, pode ser quem for a peça.

"Deficientes físicos e deficientes mentais muitas vezes são vítimas de preconceito e discriminação. Costumam não receber o mesmo tipo de tratamento e ter a liberdade de ir e vir prejudicada pelas más condições de vias de acesso público e privado. Todavia, além da existência desse tipo de relacionamento abalado por falta de preparo público e social, também há formas de discriminação mais graves, como o crime de ódio. O crime de ódio contra deficientes físicos ou mentais é de extrema gravidade e desumanidade. A Declaração Universal dos Direitos Humanos deixa claro que todas as pessoas devem ser tratadas fraternalmente, independente de deficiências." http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1040&Itemid=264

Pra você que acha que uma criança com transtorno do espectro autista tem que ficar sentado numa cadeira de igreja enquanto todas as outras que não possuem qualquer tipo de necessidade especial  ficam pra lá e pra cá olha só a cara de preocupado de Samuel:

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