domingo, 2 de abril de 2017

Dia Mundial da Conscientização do Autismo
















O dia 2 de abril não é o dia em que COMEMORAMOS O AUTISMO. 
Não estamos em festa, estamos em luta.
Luta pela conscientização desse espectro que, 
infelizmente, tem atingido a muitas crianças, 

A conscientização é importante 

porque ajuda toda a família da pessoa com autismo. 
Quando a sociedade ENTENDE O QUE É O AUTISMO 
ela se torna mais solícita e compreensiva 
diante das situações "não tão coloridas" que enfrentamos. 

Não comemoramos o autismo porque, pelo menos pra mim,
o autismo, não é uma bênção.
Tanto que, cada vez que recebo a notícia que uma família conhecida
descobriu o diagnóstico em seu filho, eu choro ao chegar em casa.

Embora eu diga que o autismo não é uma bênção

eu posso dizer que Deus tem nos abençoado e abençoado a Samuel.
O autismo não é maravilhoso.
Se fosse eu desejaria essa condição para todas as crianças que eu conheço.
Mas conviver com o autismo nos permite melhorar como ser humano.
porque amplia a nossa visão de mundo.
Nos torna guerreiros e desperta em nós, pais e familiares,
o desejo de tornar o mundo um lugar que compreenda e acolha o diferente,
tudo isso após o período de luto, é claro.

Lembro do meu primeiro dia 2 de abril após o diagnóstico de Samuel.
Nos dias que antecediam o Dia Mundial 
uma pessoa me perguntou o que eu ganhava com tanta propaganda.
Eu percebi ali não um preconceito, mas sim um cuidado.
Ela se preocupava com a exposição da situação de Samuel.
Achava que seria desnecessário eu contar pras pessoas que 
aquele menino tão lindo e saudável tinha "algum problema".

E essa foi minha primeira oportunidade de conscientização.
Eu fui explicar que meu desejo é que as famílias não escondam seus filhos em casa,
que as famílias procurem ajuda profissional o quanto antes.

Nesse Dia Azul eu não festejo o autismo, 
Nesse Dia Azul eu conscientizo sobre o autismo!
Eu já procurei muito pela CURA do autismo.
Hoje eu procuro mesmo é a COMPREENSÃO, a CONSCIENTIZAÇÃO.

Hoje é um dia de luta para que a sociedade, amanhã,
com esse número de crianças lindas que estão no espectro
e que no futuro serão adultos não tão lindos e fofos,
possam ser abraçados, compreendidos e aceitos.

Eu mais uma vez agradeço imensamente toda a minha família,
Samuel tem o melhor pai, a melhor irmã,
as melhores tias, os melhores avós e os melhores primos do universo,
incluindo aqui Cassiane Bernardes, a segunda mãe desse garotão.
Eu sei que no dia que eu faltar, ele não estará sozinho.

Agradeço também o apoio dos amigos, dos colegas de trabalho, 
dos irmãos em cristo, de toda a equipe Colégio Nova Dimensão 
e de todos os terapeutas que abraçam e aceitam o nosso Samuca.

Samuel tem 6 anos, é um autista não verbal
que não escreve, que não anda de bicicleta,
que chora alto quando está contrariado
que não gosta de barulho 
e por isso dificilmente o levo pra um culto na igreja
e quase sempre saio antes do final em uma festa de aniversário.

Mas ele usa o banheiro sozinho, calça chinelo de dedo,
guarda as coisas que tira do lugar,
Fecha as gavetas que abre, escolhe sua roupa,
pega água na geladeira, 
faz contato visual, está procurando interagir com as pessoas
e abandonou a mamadeira e o copo com bico 
(esse último graças aos esforços da Super Cássia, confesso)

E é isso, 
vamos comemorando esses ganhos aí,  
que, talvez, pareçam besteiras pra você
mas que para ele e para nós, são  avanços e conquistas.

Lutamos agora contra a apraxia da fala.
Luta que tem tudo pra ser árdua e difícil.
Porque seus músculos da língua estão se atrofiando 
e esse campo é novo até mesmo para muitos fonoaudiólogos.

Nos meus sonhos azuis, ele começaria a falar aos 5 anos
e eu diria: tenho um filho autista verbal.
Mas não foi assim que aconteceu.

Então eu digo: tenho um filho lindo.
Ele é não é só autista.
Ele é autista mas é meu filho, meu filho amado. 

E pra encerrar, compartilho essa história de conscientização que tanto me marcou.
Ser consciente não depende de grau de instrução
nem de formação profissional.
Depende de apatia, sensibilidade e amor ao próximo

"Em uma noite de sábado na Capital, 
na fila de um hipermercado uma senhora, 
que me disse ser psicóloga, 
questionou o fato de eu e Samuel estarmos na fila preferencial 
mesmo eu tendo dito que ele era autista.

E na semana seguinte, 

em uma segunda-feira agitada, 
no estacionamento do Empresarial Thomé de Souza, 
2 seguranças vieram socorrer essa mesma mãe
que não conseguia convencer seu filho a entrar no edifício"







💙

Feliz #DiaAzul para todos! 
#DiaMundialDaConscientizacaoDoAutismo


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