terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Histórias do Tratamento Biomédico

Lembro que falei que iria postar relatos de outras mães que estão tendo resultados positivos com o Tratamento Biomédico.
Pois bem, segue o primeiro.
E esse é de uma mãe guerreira, que só não é baiana, mas é retada!
Boa leitura e prepare os lencinhos de papel porque você vai se emocionar!

Autismo – Sai desse corpo que não te pertence!
 E de repente, muito de repente me vi gravida. A situação era digna de pensamentos suicidas, mas para a minha própria surpresa só pensei em traduzir acido fólico para alemão.
Lá estava eu, faltava apenas alguns dias para o meu retorno ao Brasil... gravidíssima, ah, também estava desempregada, solteira e falida, mas a situação do momento era estar gravida, consegui esquecer todo o resto (não me pergunte como).
Uma gestação linda, sem qualquer problema, queria uma menina, mas veio um menino e a ideia de menina sumiu instantaneamente quando soube o sexo. Meu mundo virou azul (Literalmente rsrs)
Ele nasceu! Na maternidade estavam minha mãe, minha irmã, meu irmão e meu sobrinho, minha irmã entrou na sala de parto comigo, eu tremia! E eis que escuto o choro, choro não, mentira, um escândalo! O garoto nasceu fazendo um escândalo, naquele momento acho que morri e ressuscitei, porque meus pensamentos sumiram por alguns segundos. Perguntei: “Ele é perfeito?” e me responderam: “Ele tem muito Cabelo”, perguntei de novo: “Mas ele é perfeito?” e me responderam “Nossa, mas é muito cabeludo”, acho na terceira vez que perguntei  devo ter berrado e enfim escutei “Sim mãe, ele é perfeito”... escutar aquilo foi maravilhoso!
Ele veio para o quarto algumas horas depois, a primeira noite minha irmã ficou lá comigo, ele mamou profissionalmente, na segunda noite estávamos só eu e meu filho e foi ótimo, não senti qualquer desconforto com a operação, e fomos para casa na data prevista, eu e aquele pacotinho, MEU FILHO, MEU TUDO!
Tudo lindo, ele crescia e engordava pelo menos 1.5 kgs por mês, A vaca aqui era das boas! A única coisa que nos incomodava era a dificuldade que ele tinha para evacuar que surgiu uns 20 dias depois do nascimento, uma prisão de ventre inexplicável para quem só mamava no peito e por vezes as fezes amarelinhas vinham acompanhadas de vestígios sangue que o pediatra e Gastro falavam que era pela força que ele fazia para evacuar, mas ele estava ótimo, um touro! Prontamente sustentou a cabeça e sorria lindamente, me olhava ao mamar, e genteeee, posso dizer que amamentar foi a melhor coisa que fiz na vida, é melhor que sexo ou chocolate! Ele com aqueles olhinhos me fitando, amor que se sente na mirada.
Meu filho não tinha reação a vacinas, não tinha reação com nascimento de dente, me orgulhava muito disso (tolinha eu!) e logo veio o sentar, o engatinhar e aos 9 meses já ficava em pé sozinho no cercadinho, brincava com o Mobile, jogava a bola, balbuciava, silabava (papa, dada, etc.) e essas coisinhas todas... passeando de carrinho as pessoas se encantavam com aquele menino lindo e gordo e ele sorria para todos, fazia festa para todo mundo... Mas as coisas mudaram, não me pergunte quando, como e por que.... não sei, foi aos poucos... um belo dia lembro de uma vizinha que veio falar com ele como de costume mas neste dia ele virou o rosto, e ficou de lado para não encara-la olhando de rabo de olho até ela sair dali e quando ela saiu ele prontamente se virou, e lembro que essa vizinha comentou: “Nossa, mas ele era tão simpático agora tá assim”, pois é... acho que foi por aí que ELE acordou! Ele, o Autismo, meu pesadelo! Sim, meu pesadelo, não quero escutar que o autismo é um jeitinho de ser, que eu preciso aceitar meu filho como ele é, porque meu filho não é o Autismo!
Mas como autismo e doença mental para mim na época me parecia tudo a mesma coisa eu nunca iria imaginar que esses leves sinais que foram aparecendo era autismo e seguimos em frente, o menino simpático agora era antipático, o menino que jogava a bola e me procurava para fazer caretas se acabando de rir, começou a abrir e fechar portas compulsivamente, virar carrinhos para rodar rodinhas, não atendia mais quando o chamávamos, não nos olhava... sair com ele tinha virado tortura, qualquer roda que ele via queria pegar e se jogava no chão, era a roda do carro, a roda do carrinho de bebe, a roda do carrinho de feira, a roda do carrinho de supermercado, agarrava em todos os portões da rua, chegávamos na casa dos outros e ele desligava e ligava a luz, apertava os botões da TV, abria  os armários, etc., e eu era a mãe que não sabia impor limites ao meu filho mal educado... no shopping quase que ele cai do meu colo no alto da escada rolante uma vez, ele ficava desesperado com a esteira e por fim passei a subir de escada normal ou elevador quando tinha essa opção, naturalmente comecei a evitar de sair.
Numa consulta de rotina quando meu filho tinha 1 ano e meio e obviamente além de tudo mencionado acima não falava nada, o pediatra que o acompanha desde que ele tinha 1 mês de vida veio me falar:” Mãe, precisamos ficar de olho nele, ele não está tendo contato ocular e não é cooperativo”, aí eu disse: “É Dr., ele puxou ao pai que era hiperativo”... (do pouco que sei do pai dele, é que ele era hiperativo e foi medicado por isso quando criança, ah, também sei que tem asma e é intolerante a Lactose.), o pediatra não insistiu mas 2 meses depois em uma nova consulta de rotina, ele foi mais duro e disse: Mãe, seu filho não é só hiperativo, seu filho tem características de autista e você precisa procurar um Neuro (1 ano e 7 meses). 
Gente.. AUTISTA??? Lembra que lá em cima eu mencionei que parecia que eu tinha morrido quando escutei ele chorando ao nascer, então... nesse momento que o pediatra me falou isso eu nem sei explicar o que senti, não sei te dizer o que pensei...saí de lá agarrada no meu filho pedindo a Deus para me acordar daquele pesadelo. Como assim? Autista? Autista como? Autista por que? Autista, autista, autista... AHHHHHHHHHHHHHHHHH
Cheguei em casa e só chorava, olhava para meu filho e chorava e repetia como “Mantra”: Meu Deus, quem vai cuidar dele quando eu morrer!
Bom, aí apelei para o Mr. Google, a busca foi sempre com a palavra “cura” no meio, esse negócio de incurável não existe na minha cabeça! Lembra do filme “óleo de Lorenzo” pois é, lembrei dele, também queria um óleo na vida do meu filho, aliás eu queria qualquer coisa que pudesse trazer de volta meu filho que parecia ter se escondido do mundo!
Marquei a primeira Neuro logo que ele começou a apresentar crises horríveis de terror noturno (1 ano e 9 meses), imagine uma criança que acorda gritando, chorando, batendo braços e pernas totalmente desesperada e você não pode fazer nada...quando eu tentava pega-lo para confortar a crise ficava ainda pior, falar e cantar então era “proibido”, me doía a alma ver a agonia do meu filho sem poder fazer nada, ele me olhava mas não via... depois de umas 10 crises aprendi a deixa-lo solto e ficava completamente muda seguindo ele, e isso diminuía o tempo que ele ficava em crise nas madrugadas, ele ficava andando de um lado para o outro, batia palmas, queria sair, uma vez estávamos na chuva no meio da rua as 3 da manhã... e quando passava, ele me enxergava e aceitava colo e voltava a dormir...e eu agradecia a Deus por aquilo ter passado.
 De Janeiro desde ano até Março fui a 3 neuros, saí de todos eles com receita de anti-psicpotico e nenhuma esperança... ninguém me explicava o motivo das crises, porque ele perdeu habilidades, etc. todos falavam que não tinha explicação e que ele tinha fazer terapias, e eu só pensava: Mas terapia vai ajudar como as crises de terror noturno? Terapia vai ensinar o que se ele nem olha? Terapia vai melhorar seu intestino?
E o que eu fiz? Dr. Google!
Colocamos ele na escola por indicação dos Neuros, durou 2 semanas, ele SOFREU muito, as professoras não preparadas, ele totalmente imaturo e perdido, tirei ele da escola.
Voltei para o Dr. Google e encontrei Vários relatos de recuperação de autismo, no Brasil, no exterior... Vários relatos dos problemas gastrointestinais comum nessas crianças.... mandei e-mail para uns 200 contatos, poucos me responderam, nada concreto, ainda estava perdida então achei o número de uma mulher na Bahia (Sou do Rio de Janeiro), liguei para ela pedindo ajuda, o que ela tinha feito para recuperar o filho dela e ela prontamente me acolheu, pediu que eu não desse o anti-psicotico ao meu filho (a minha família me pressionou muito para que eu desse mas eu não dei) e que eu procurasse um médico DAN e me incluiu em um grupo do whatssap que tanto me ajuda até hoje, somos mais de 50 mães na mesma luta, umas já venceram, outras estão próximas da vitória, outras sem muito sucesso, outras começando agora...
PRONTO! Um médico para me ajudar! Achei 3, escolhi um que fica no Sul do País, e lá fomos nos para Florianópolis em Abril desse ano. O voo? MEU DEUS... o voo foi um pesadelo... ele tinha acabado de fazer 2 anos o que o obrigava a ficar na poltrona com cinto de segurança e ele gritou o voo todo, a mulher da poltrona da frente deve estar fazendo Pilates até hoje para melhorar as dores na coluna porque meu filho chutou muito a cadeira dela, no momento da decolagem ele tentou sair da cadeira de qualquer jeito a ponto de quase cortar a barriga com o cinto, e eu obviamente tirei o cinto e não consegui mantê-lo sentado, como ele é forte... resumo, o avião decolou com ele em pé na poltrona gritando e esperneando, após a decolagem o comissário veio até mim e disse que ele não podia ter ficado de pé, e neste momento eu desabei... POXA, ele não viu o desespero do meu filho? Comecei a chorar descontroladamente, já estava nervosa, sem saber o que fazer para acalmar meu filho e ainda tenho que ser chamada atenção do comissário, não aguentei, dei um grito “ELE É AUTISTA" e no final, o homem ficou com dó de mim, toda hora me oferecia agua... quase chegando em Florianópolis meu filho dormiu em meus braços e o comissário pediu que eu colocasse o cinto de segurança em volta de nós dois e que não acordasse ele, que estava tudo bem o avião pousar com ele no meu colo o que foi um alívio...
Chegamos... GRAÇAS A DEUS... Meu filho ficou tão traumatizado que não quis nem sentar no Taxi a caminho do Hotel.
2 dias depois era o grande dia, nossa consulta! Falamos quase 2 horas, o médico super atencioso, perguntou tudo, passou os exames, fizemos 33 exames, 3 foram enviados para os estados Unidos. O médico disse que o problema da prisão de ventre e o sangue nas fezes era provavelmente alguma alergia alimentar, nos encaminhou também para a Nutricionista. A consulta desse médico foi mais barata que as dos neuros que procurei e esse médico foi o único que deu atenção para outros problemas que meu filho tinha sem levar em consideração sua condição de ‘autista’.
Voltamos para o Rio de Janeiro com a Dieta na mão (sem glúten, sem leite, sem soja, sem açúcar, sem corantes, sem conservantes) e alguns suplementos e homeopatias. A adaptação da dieta não foi fácil para mim, pois decidi fazer tudo de uma vez ao invés de tirar primeiro um e depois outro e por ai vai, opção minha e não conselho, para o meu filho foi fácil pois era muito pequeno e não comia quase besteiras até pela idade.
45 dias depois vieram os resultados dos exames e a nova consulta, meu filho tem Alergia GRAVE a clara de ovo e mel e também alergia moderada ao leite e glúten e alergia leve a outros 30 alimentos, notamos deficiências de vitaminas, Colesterol alto, alterações metabólicas, mal digestão de quase tudo (amido, carboidrato, proteína, etc..), excesso de metais pesados (alumínio e chumbo), e varias outras coisinhas que somando era o turbilhão que impedia meu filho de se desenvolver melhor!
O ATEC do meu filho nesta época, antes de iniciarmos o tratamento era de 94, que o classificava dentro do autismo severo.
 O médico indicou os suplementos necessários para corrigirmos as falhas que apareceram nos exames e lá fomos nós, tratar alergia, reposição de vitaminas, incluir suplementos para melhorar a atividade cerebral, matar fungos, ajudar a melhorar a flora intestinal, etc etc etc... tive que optar, não tinha dinheiro para o tratamento e terapias intensivas, optei pelo tratamento e fiquei com o mínimo de terapias (1 sessão de fono e 1 sessão de psicopedagogia por semana).
Após 3 meses de tratamento, meu filho não chorava mais para fazer coco e nunca mais teve sangue nas fezes, a hiperatividade e compulsão por rodinhas passou, meu filho voltou a me olhar e ter interesses mais amplos, dormia a noite toda e foi melhorando de uma forma geral a cada dia... o terror noturno voltou 2 vezes nesses últimos 8 meses, a primeira vez foi quando incluí o cálcio na dieta, dei o cálcio na mamadeira da noite ele acordou na madrugada desesperado, dia seguinte não dei o cálcio e ele dormiu bem e para ter certeza, no terceiro dia dei o cálcio novamente e lá estávamos nós aos gritos de madrugada novamente, fiquei 2 semanas odiando o cálcio e excluímos ele da dieta temporariamente, 2 meses depois fui dar Blueberry e novamente a reação de descontrole veio no meio da noite, faço sempre o teste e double check antes de afirmar que algo o faz mal, então blueberry lá em casa passa longe! O importante é sempre ficar de olho ao incluir algo novo na dieta da criança, aprendi isso a duras penas!
Bom, continuando...iniciamos a MB12 com 2 anos  e 5 meses  e com 2 anos e 6 meses ele começou a falar - “MAMA” (imaginem a #FESTA!!!!) e outras pequenas palavras foram surgindo, hoje temos mais de 15 palavras no vocabulário, pronuncia embrionária, trocando consoantes por vogais, MAS todas completamente funcionais e começou esse mês a juntar duas palavras: Abe mama (abre mamãe), Tia mama (Tira mamãe), etc... estamos anos luz atrás se compararmos o desenvolvimento do meu filho com as crianças típicas da idade dele, mas estou muito a frente da expectativa de muitos Neuros que nem sabiam se um dia meu filho iria falar.
Hoje vamos a parques, visitamos amigos, ele aceita melhor o ‘não’, entende o que falamos, rabisca, senta para comer ‘sozinho’, segue traços no papel, mostra imaginação dando comidinha de mentira na boca dos  bichos de pelúcia... ainda lutamos para conseguir a interação adequada, ele ainda não sabe brincar no ‘coletivo’, ainda não conversa, nem sempre se despede com tchau e ‘ainda’ NÃO muita coisa, mas o que eu conto aqui é que ele já superou muita coisa num curto espaço de tempo.
Uma criança que só sabia correr, abrir e fechar portas e rodar rodinhas, que não olhava, que não atendia quando chamado, que não dormia uma noite tranquilo, que parecia não entender o que falávamos, que se jogava no chão, me batia e puxava meu cabelo quando contrariado, que sofria para fazer coco, que tinha o olhar perdido, etc, etc e etc... hoje definitivamente é outra criança e eu agradeço muito a Deus por ter me mostrado esse caminho, por ter me dado forças de seguir adiante e não desistir do meu filho, sim porque eu amo meu filho incondicionalmente e vou ama-lo acima de tudo e independente de qualquer coisa mas eu ODEIO o autismo, autismo não é bonito, não é um jeitinho de ser e tem tratamento, eles podem melhorar muito, todos eles!
 Obrigada Deus por eu não ter me conformado, por não aceitar a explicação médica que não explica nada  “Isso é normal, autista é assim” .
NÃO, autista não é assim, autista não é sinônimo de noites sem dormir, agressões  e auto-agressoes, isolamento, olhar triste, etc... por favor, não aceitem isso, procurem as causas, tratem, eles podem alcançar excelentes resultados.
Se é genético por que não encontram a falha genética comum entre eles? O Autismo está além da genética propícia a isso...
Se é Mental por que os resultados dos EGGs e Ressonâncias são normais?
Por que a grande maioria apresenta problemas gastrointestinais?
Por que a maioria apresenta tantas alergias alimentares?
O que explica um desenvolvimento típico de uma criança até 1, 2 ou até 3 anos que fala e brinca e de repente para de falar, para tudo e vira autista?
 Por favor não me digam que é genético e ponto. Um dia, terão pesquisas suficientes para ver o quanto essas crianças são abaladas pelo meio ambiente, vacinas, poluição, antibióticos, etc... eu vejo na prática e não vou esperar pesquisas , meu filho precisa de ajuda AGORA!
 Para muitas crianças só terapia não ajuda, existem causas metabólicas, imunológicas, gastrointestinais, etc...que acabam afetando também o cérebro/comportamento...
Hoje enxergo com muita clareza que muitos comportamentos ‘autisticos’ do meu filho estão diretamente ligados á saúde/ambiente e cada um tem sua particularidade, cada autista é único como qualquer outro ser humano.
A minha história não para por aqui, meu filho tem hoje 2 anos  e 8 meses, estamos há 8 meses na luta, no ATEC que refizemos esta semana tivemos pontuação 53 (autismo moderado) – 41 pontos a menos em 8 meses!
E eu creio que ele vai conseguir superar a maioria das suas dificuldades e eu vou morrer tranquila (lembra do meu Mantra?) deixando meu filho independente e Feliz!
Por que eu faço isso por ELE! 
Só por ele!

4 comentários:

  1. Nossa, amei!!! Também sou mãe 'azul', gostaria de saber o nome e endereço desse medico, vc poderia me enviar? Por favor!

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    1. O médico do texto é o Dr. Rogério Rita - Tel: (48) 3224-4829
      Samuel está com Dra. Cheldra em Salvador-BA Tel (71)2132-7619 e email dracheldra@hotmail.com

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  2. Dr. Rogério Rodrigues Rita - Tel: 048 - 3224-4829

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  3. Raquel, preciso de luz e ajuda. Tenho quase certeza do diagnostico do meu filho, mas não sei por onde começar... como podemos nos falar?

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E aí, o que achou?