Eu quero aqui justificar minha ausência do blog,
mas quero reafirmar meu compromisso de responder sempre a qualquer mensagem ou comentário, seja por email ou whatsapp.
Acho isso muito importante,
porque eu sei que, geralmente,
as pessoas quem "encontram esse blog"
é porque estão, muitas vezes,
procurando uma resposta para o autismo do filho,
ou do filho do amigo, ou do neto, ou do sobrinho.
Não vou dar uma de Marcos Mion e dizer que o autismo é uma bênção, porque eu sei não é.
Alguém pode até conseguir encontrar poesia e música nessa situação, e fico admirada com essa capacidade.
Mas, na maioria das vezes, tudo o que precisamos é encontrar um pai ou uma mãe,
ao menos uma pessoa que diga: olha, eu tô passando por isso,
estamos lutando, e você não está sozinho nessa situação!"
Eu digo isso porque, ao receber o diagnóstico de Samuel, em Outubro de 2012,
minha primeira providência foi sair da academia
e procurei ao máximo não fazer qualquer nova amizade.
Primeiro porque eu não queria ter que explicar pra ninguém o que estava acontecendo
e segundo porque eu suspeitava que as pessoas que tentavam se aproximar
seria apenas ou por curiosidade ou quando não, no futuro elas teriam essa tal curiosidade.
Então eu pensei: deixa eu viver minha vida agora assim,
resumida em minha luta e a minha sorte!
Foi quando, pela primeira vez procurei atendimento terapêutico em Salvador
e ali conheci as "Outras Mães",
mães de carne e osso,
mães que existiam na vida real,
e eu observei que a correria do dia a dia delas continuava,
que elas continuavam com a lida da vida, sorrindo, chorando, se divertindo,
se arrumando e se cuidando, e assim eu me libertei!
E é por isso que tenho tanta prazer em ajudar:
pra dizer pra você que a gente sobrevive após o diagnóstico do nosso filho,
dizer que existe sim tratamento,
dizer que nossos filhos tem chances reais de recuperação,
dizer que o fato de você procurar ajuda não significa que você não aceite o seu filho,
mas significa que você quer ajudar seu filho para que
no futuro ele consiga se virar sem você.
Hoje eu já consigo conversar sobre outros assuntos,
já consigo fazer novas amizades até com as "mães normais",
Mas eu sei também que o preconceito existe,
sei que muitos tem pena da minha sitaução,
outros se admiram, se impressionam,
e muitos estão de camorote esperando pra ver no que vai dar,
Mas agora eu entendi o porque de eu ter perdido o controle da minha vida...
É porque agora quem está no comando é Deus,
E eu?
Bem... eu to confiando!
Então eu sei a importância de conversar,
trocar mensagens com mães na mesma situação,
eu não tenho qualquer qualificação sobre o assunto
mas eu sei o quanto me ajuda receber um bom dia de Mães Especiais!
Até lá eu vou cantando...
"Meu dia vai chegar, o tempo eu não sei
Só sei que o Senhor reservou a minha vez,
firmado estarei esperando a minha hora,
eu tenho uma promessa, um decreto de vitória!"
(Davi Sacer)
Até a próxima!